terça-feira, 28 de setembro de 2010

Em Campos

E no último dia eu só queria voltar, chegar em casa. Saudade de não estar. Tão só, tão assim sem saber o que senti(r). Foi muita informação, muito sentimento, muitas novidades e no frio teve bastante calor. Foi bom, foi emocionante, foi desesperador também. Tanta coisa preciso saber, quantas mais preciso sentir, preciso FAZER muita coisa. Não dava mais tempo ali. Fui sozinho e na chuva, tentando me proteger pra não sentir mais frio ainda, e com a responsabilidade de ser o sambista mais novo que não pode deixar o samba morrer, mas que ainda nem aprendeu a tocar seu pandeiro. Queria companhia, não mais a que tive lá, outras três, só essas três, mas quanta distância. "Será que um dia poderei estar aqui com vocês?". A garganta dava nós e o risco de não aguentar segurar quando encontrasse um pouquinho mais de calor. Inclusive, obrigado por todos os calorosos... Mas não queria esse calor agora. Meu Deus que confusão!!! Eu aprendi muito, senti muita coisa. Mas agora era hora de voltar e Fazer algo com isso. Será que vou conseguir? Foi muito bom e volto diferente, pois além do mais, o carro parou na faixa, sem sinal vermelho, só porque eu estava lá.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Bilhete

estive aqui de manha
como você não tava
deixei um beijo
Guarda até eu voltar

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Objetivo

(Para Adélia Prado e Daniel Farias)

quando enfim puder me livrar dos excessos
e parar de tentar mostrar que sou o que sou
poderei deixar de tentar ser poeta
e serei então
poesia

domingo, 5 de setembro de 2010

Controle de mim

Quero controle
vivo então com o relógio
mais marcar o tempo me faz perder tempo
que deveria gastar me entendendo
e sendo eu

Perco minhas sensações, então,
acreditando no que dizem que sou
e passo imune a mim
afetado por todas as cenas
sem entender o que elas me fazem sentir

Vou ao supermercado e volto
de mãos abanando
sem o queijo que fui comprar
nem a pizza que lá eu vi
minha vontade de sushi sucumbiu ao cifrão

Eu enfim percebi
que a fome que eu sentia
vinha do relógio,
do meio dia
ela não vinha de mim

Casam-se pois

Casam-se dois
e os dois fazem um
se juntam em corpos
e em uma alma
as duas se fazem uma

Casam-se dois
Mas são dois que não são sóis
Cada um vem com muitos
Famílias e amigos fazem parte de cada um
E os tantos se fazem um

E nenhum deixa de ser um
cada qual é cada um
cada dois são mais que dois
são agora, pelo menos três
o um, o outro e o dois