segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Minha Mãinha!

Ô mãinha! Que saudade!
Do teu cheiro
Do teu sopro
E do teu sorriso de sol

Que saudade mãinha!
Do teu jeito
Acalorado de carnaval

Quero te ver mãinha!
Abraçar, beijar, cantar
Fazer fevereiro todo dia
Te levar em todo lugar

No meu sotaque
No meu jeitão abraçador
Quero levar pra todo mundo
Quero mostrar teu calor

Ai que saudade mãinha
Mãinha terra
Minha Bahia!

sábado, 16 de novembro de 2013

Impulsividade

(Para/ com Amanda Morais)

Depois virou saudade
Tão gostosa quanto os sim
A tristeza do não
De quando fiz o que quis.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Des-Ilusão?

( para/ com Érica Oliveira)

Estou de mal com o amor,
de mal humor
com esse mal agôuro
desse Lobo Mal

Amar, amar, amar...
esse imperativo
imperador ditador
Esse rei que chama Amor!

Quem dera pudesse fugir de amar
Quem dera pudesse flutuar
num mar só de paixões
Sem precisar RE-a-MAR

Ficar a deriva
E amar no plural
Implodir o sistema AMarradOR
Por dentro se libertar amando
dessa coisa careta de amor.



segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Hard

(Para Tici Kilpp)

Difícil de mais
ganhar uma medalha
a fama e dinheiro

fazer bonito
vendo outros
fazerem feio

difícil de mais
ser tantos assim
sendo só um

e agradar a todos!

domingo, 6 de outubro de 2013

sábado, 21 de setembro de 2013

Apocalipse 3:16

Tá,
E ai?
O que ficou?

Se nenhuma gargalhada houve
Se nenhuma lágrima escorreu
Se tudo que eu era antes
é igual ao que sou eu.

O mormaço incomoda mais,
Não tem a soltura do calor,
nem a elegância do frio.
É algo mais ou menos
Assim:
Vazio

A sensação do sono
Sem sonho
Daquele jeito que não sei.
Que não acordei pra sentir...

domingo, 15 de setembro de 2013

Heavy Vital

É que todos nós,
pesados ou leves,
só queremos estar
nesse mundo

Que de tão diferente
me parece tão igual.

De mãos levantas,
à deus ou ao diabo
Só pensamos ser inteiro um,
sendo só mais um

Só.

E amanhã talvez
mais que
um e só.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Explicação de coisa boa

Beijo bom
é aquele que foi bom
e se quer de novo

Abraço bom
é aquele sem espaço
entre um e outro

A pior maneira
de se entender carinho
é pensando

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Eu quero ser gente!




 Esse Vídeo tá rolando no facebook a alguns dias, e eu resisti em assisti-lo. Hj não aguentei a curiosidade e acabei vendo. É meio fofinho, uma menininha branca, linda por sinal, com seu cabelo liso caindo no rosto, falando chorosa, trocando o R pelo L, que quer ser negra.
 Há uma comoção com a cena e as pessoas compartilham orgulhosamente, e quase com orgulho da Maria, que nem conhecem, pois ela supostamente conseguiu desde cedo vencer as barreiras do preconceito. As pessoas se comovem tanto com a Maria dizendo que quer ser negra pois a pele negra é bonita, que nem percebem que ela quer ser uma negra de cabelos loiros. (Guardem essa observação)
  O nome do vídeo salienta essa comoção com a "vitória do bem contra o mal". "Um tapa na cara do preconceito" parece querer dizer que o racismo foi humilhado diante da tolerância e da inocência dessa criança. E que todos devemos seguir esse exemplo pois essa sim é a maneira de mostrar pros porcos racistas que somos boas pessoas e queremos viver em paz e amor com todos independente da cor da pele.
  Aqui preciso de uma pausa para fazer uma explicação. Não compartilho com a teoria que alguns pregam de que o preconceito e o racismo acabou, que isso tudo não passa de luta vazia e que todos são tratados como iguais independente da cor da pele. Eu acredito que existe racismo sim, que o preconceito está presente no dia a dias das pessoas negras e que lhes causa sofrimento. E sim, que deve ser combatido até que um dia, que infelizmente não acredito que seja por muito cedo, realmente não exista mais.
Explicação feita, posso continuar. Fico imaginando qual seria a reação se uma menininha negra, também linda como a Maria, talvez de nome Marta, com seus cabelos crespos e sua língua presa a fazendo trocar o R pelo L aparecesse num vídeo anunciando chorosa: “Eu quelo ser blanca!!!”. Consigo visualizar os comentários a baixo das postagens: “Que absurdo, isso é o que a mídia faz com nossas crianças.”, “a rede Globo só coloca os negros em papeis secundários, dá nisso.”, “Num pais onde a maioria é negra ainda temos que presenciar cena lamentáveis como essa.” E muitos outros. Não! Ninguém acharia fofinho, ninguém elogiaria. Alguns menos sensatos culparia a criança pelo seu auto- preconceito precoce, mas a maioria, com certeza, vitimizaria  a pobre Martinha por estar sendo criada numa sociedade racista, numa família despreparada e diante de uma mídia alienante.  
Aqui entra a observação que eu pedi para guardar lá no segundo paragrafo. A Maria quer ser negra com os cabelos loiros. Não como a Lúcia, que é sua baba, ou a sua chará Maria que trabalha na cantina da escola. A Maria quer ser negra com cabelos loiros, como a Beyonce, como a Naomi, como a Tais.  A  Maria, assim como nossa imaginária Marta, é fruto da mesma mídia massificante e alienante. Ela assiste as mesmas novelas, ela brinca com as mesmas barbies e ela vê os mesmos desenhos animados. Quando a mamãe vai no salão tanto Maria quanto Marta folheiam a mesma Caras mostrando as mesmas bundas. (Pequena observação que pode parecer contraditório com o resto do paragrafo: Na verdade, se você prestar bem atenção o querer ser negra de Maria tem um motivo simples: ela acha a pele negra bonita, e isso pode não ter nada haver com a mídia também.)
Mas esse texto não é sobre a podridão da mídia. Mas sobre a falta de reflexão e o maniqueísmo burro (desculpem os amigos que postaram o vídeo, mas eu realmente acho isso) que aprendemos e que nos desvia o olhar. Que faz com que olhemos para o racismo, ou qualquer outro preconceito, como se fosse um demônio que se enfraquece com vídeo bonitinhos e frases de protesto quase vazias. Não é elogiando Maria dizendo que quer ser negra, nem criticando Marta que quer ser branca, que se combate o racismo.

A mãe até tentou convencer Maria que ela é linda sendo branca, mas ela não podia se conformar com sua deficiência de melanina, e como não somos ensinados a suportar um choro de criança a mãe acabou cedendo ao desejo e prometeu uma tinta para deixa-la negra. Não, não precisamos pintar brancos de negros para acabar com o preconceito. Precisamos manter os brancos, brancos, os negros, negros , os índios, índios e os Japoneses, de olhos puxados. E precisamos ensinar que não é isso que importa. Precisamos de mãos diferentes dadas, não de mãos iguais separadas. Precisamos menos de dias da consciência negra, que pra mim tem um papel de colocar as diferenças a tona, e mais de dias da consciência Humana para mostrar o quanto somos iguais, e lindos nas nossas imperfeições.


domingo, 30 de junho de 2013

A pipa

Roubei o verso do livro
o modifiquei
ao bel prazer da minha má memória
"Me guia a pipa e a criança"

e gravei na pele
para não mais esquecer
que a bussola que me guia voa

Eu sigo:
brinco de ser feliz
e sou.



segunda-feira, 10 de junho de 2013

Enlatados ou Congelados

Uma lasanha congelada é até bem gostosa para um almoço rápido, é só colocar no micro-ondas e em alguns minutinhos pode deliciar-se. Mas falta alguma coisa. talvez um frescor de manjericão. Da pra fazer um bom sanduíche com sardinha enlatada, mas por mais que esprema aquele óleo sempre deixa um toque artificial. Sempre falta algo, ou excede algo no que já está pronto previamente.

É, comida pré-pronta até passa. Mas sentir é algo muito pessoal pra ser feito por outro, é algo muito imediato para ser feito previamente. Meu sentimento é só meu e eu só sinto no agora.

Comodidade tem limite. Nos acostumamos tanto com os enlatados que começamos a enlatar palavras. As congelamos, mas ao contrario da lasanha não da pra esquentar palavras no micro-ondas, nem no forno, nem na sanduicheira ou na torradeira. Palavra só fica quente quando é dita por quem a sentiu.

Não fazemos mais cartões de mensagens, nós os compramos e agora nem mais escrevemos neles, pasmem!!! Eles já vêm prontos!!!! Eles vêm com mensagens enormes, que falam de mais e não dizem absolutamente nada. Mensagens que os ocupam completamente. Sorte que ainda vêm com espaço para a assinatura ainda que em alguns esse lugar é determinado pela sigla: ASS:

Pode-se argumentar que algumas pessoas não têm o dom da palavra. Isso pode até ser verdade. Mas acho que na verdade as pessoas não têm é habilidade de entrar em contato com seus sentimentos e muito menos de expressa-los. "Dom da palavra" só se aprende lendo e escrevendo, mas isso da muito trabalho e eis ai outra inabilidade que adquirimos. Somo Muito Preguiçosos!

Mas do que eu estou falando?

Estou falando que é quase impossível comprar um cartão que tenha espaço para nossas próprias palavras! Mas isso é um reflexo da falta de habilidade que temos hoje em dia, e do estado preguiçoso em que vivemos. As comodidades aleijaram nosso sentimentos! E as muletas que nos dão não se ajustam a nosso tamanho!

PS. Esse desabafo foi escrito a algum tempo e não postei porquê não tinha gostado de como escrevi. Depois de algumas adaptações feitas agora, acho que está legível!

domingo, 5 de maio de 2013

Da saudade

Da saudade digo que sinto,
mas não consumo
nem álcool,
nem ópio.

Não uso também
Nenhuma tarja preta
que vende meus olhos
ou venda felicidade

digo que sinto
e quero sentir
até passar.
Na volta,
ou no esquecimento.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Intimidade

A verdade ainda assusta
Mas não incomoda mais
Nem o suor, nem o sono
Nem o peido é mais constrangedor.

O amor já basta
Para ser verdadeiro