segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A velocidade da alma

Alguns momentos da nossas vidas se tornam inesquecíveis. Na verdade, todos os momentos de nossas vidas nos mudam de tal forma que fica gravado em nosso corpo, nossa mente e sendo assim, fica incrustados na alma. Mesmo que não lembremos conscientemente, tudo que vivemos nos faz diferentes, mesmo que essas mudanças sejam quase imperceptíveis, elas acontecem constantemente na nossa vida. Porem temos o poder de vivenciar todos esses momentos de forma que essas modificações sejam guiadas por nós mesmo. Como? Levando nossa vida, sem deixar que ela nos leve.

Então, o fim de semana que passou foi um desses momentos inesquecíveis pra mim. Ele teve vários momentos inesquecíveis que me mudaram de forma diferente. Eu estive num sitio de um amigo num acampamento que eu, esse amigo e alguns outros amigos da Igreja que frequento organizamos. O acampamento foi chamado de Deus Jovem, foi a primeira edição, de muitas, eu espero.

Tivemos o prazer de ter a presença de varias pessoas que nos ensinaram muito e assim nos modificaram. Uma destas pessoas foi o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Salvador, Dom Gregório. Ele abriu nosso acampamento e dentre muitas histórias ele contou uma que ao meu ver foi fundamental para que pudéssemos controlar as modificações que passaríamos durante o acampamento. Essa história que motivou a escrita desse post e por causa dela ele recebeu esse titulo. Então vamos a ela:

Dizem que havia um homem muito rico que tomou ciência que numa reserva indígena existia uma arvore do conhecimento. Ele não teve duvida, foi encontrá-la. Chegando na aldeia, contratou dois índios para guiá-lo ate a arvore e partiu sem demora. O homem estava tão ansioso para encontrar a arvore que não parava de caminhar por nenhum minuto e apressava constantemente seus guias. Ao entardecer os dois índios que andavam a frente pararam fatigados e sentaram-se em uma pedra. O homem então foi mais uma vez lhes apressar, mas dessa vez eles sequer responderam as suas reclamações. Ele então perguntou se faltava muito para arvore e os índios responderam que não, que estava ate bem perto, mas continuaram sentados. Ele então ofereceu o dobro do que tinha acordado, mas os eles permaneceram estáticos, ele ofereceu o triplo, mas nada os fazia prosseguir. O homem então pediu-lhes uma explicação e foi então que um dos índios disse: "Andamos muito e com muita pressa, não pudemos nem aproveitar a paisagem. Agora nossos corpos estão muito casados, e nossa alma ficou para traz. Ficaremos aqui, descansando até que nossa alma possa nos alcançar, ai então seguiremos."


A lição dos índios serviu para que pudéssemos aproveitar ao Maximo os momentos que passamos nesse final de semana e espero que possa levá-la sempre no meu dia a dia. Apesar da velocidade que o mundo nos impõe, precisamos para um pouco para que nossa alma nos acompanhe. Temos que andar em um ritmo razoável e compatível com nossas capacidades.

Conclusão de tudo: Não nos apressemos de mais para nossa alma não ficar para traz, mas também não da pra parar e se acomodar se não ela passa na frente.

2 comentários:

  1. O fim de semana foi realmente divino. Chegamos todos com a alma distante, mas ao voltar para casa ela já havia nos alcançado. Agora o importante é cuidar para nos mantermos no mesmo ritmo que ela.
    Essa foi apenas uma das várias histórias contadas por Dom Gregório, mas juntamente a ela uma outra foi fundamental no acampamento, acho que foram as duas mais citadas no fim de semana.

    Certa feita uma menina chegou muito triste da escola. O pai, um exigente cozinheiro, estranhando o fato incomum chamou a filha até a cozinha. Colocou no fogão três panelas com água e quando as três começaram a ferver ele a perguntou o que via. A criança respondeu o óbvio. Ela via três panelas com água fervendo. Então o pai colocou em uma panela uma cenoura, em outra colocou um ovo e na terceira colocou café. Aguardou um pouco mais e deu a cenoura para a filha experimentar e pediu que descrevesse como estava. A menina disse que estava muito boa, pois depois de cozida a cenoura havia ficado macia. Então ele descascou o ovo e pediu que ela comesse e falasse como estava. Está ótimo, respondeu, está bem durinho e consistente. Por fim o pai colocou um pouco do café numa xícara e deu para que ela tomasse e dissesse como estava. E mais uma vez ela respondeu que estava delicioso. O pai então explicou à menina que algumas pessoas eram como a cenoura. São sempre duras e firmes, mas diante de uma dificuldade amolecem e se acanham. Outras são como o ovo. São moles e diante da dificuldade tornam-se duras. E há ainda aquelas que são como o café que ao se deparar com uma dificuldade utiliza o que tem de melhor em si para transformar essa dificuldade em algo bom. E perguntou à filha. Você quer ser a cenoura, o ovo ou o café??

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  2. A velocidade da alma!!!. Muito interessante. Sempre pensei que a alma estivesse sempre à frente, nos guiando e nos conduzindo pelos melhores caminhos. Que a alma fosse a essência, a base, o ponto de apoio, o pilar de sustentação do corpo. Mas, subjetiva como é, pode estar à frente ou atrás. Quem sabe, ao lado!
    Bom,vamos divagar. Devanear, ou quem sabe, simplesmente observar. Mas o observar requer cuidado. E cuidado, perfeição. Então, voltemos ao principio, ou melhor, à Conclusão de tudo: "Não nos apressemos de mais para nossa alma não ficar para traz, mas também não da pra parar e se acomodar se não ela passa na frente". Assim, podemos afirmar: o melhor é mesmo o equilíbrio.

    Parabéns

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